quinta-feira, 15 de março de 2012

Antropologia Teológica - Pe. Oscar


ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA I- CRIAÇÃO               Pe. OSCAR MALDONADO
Partimos desde um ponto comum. Olhando para o outro nós perguntamos: Qual é a conceição que temos do ser humano?. Ele é um ser criado por Deus, tentamos olhar o ser humano a partir dos óculos da fé; ele é criado a imagem e semelhança de Deus, e porem, cada um está a presença de Deus. O ser humano é um dom de Deus, estamos aqui pela graça de Deus. (Gs. 22).
O ponto de partida vem da capacidade que temos de nós perguntar. Uma fonte é a filosofia e a outra fonte é a Tradição Bíblica. Estas duas fontes são a experiência humana; e nos como cristãos chegamos até o verbo encarnado. A história de Jesus é uma pedagogia divina; os valores que surgem são: justiça, amor, partilha, solidariedade, vida, reconciliação, perdão, gratuidade, comunhão. Outras coisas que temos que ter em conta é as contradições e as perplexidades. O ser humano é problema- problemático e se expressa na angustia- na morte.
1-      QUEM É O SER HUMANO?: Esta pergunta leva à conceição do ser. Na filosofia clássica, para saber que é tem que atuar- como é que ele é. Para saber aquilo que é tem que olhar seu agir. O ser humano foi feito para a autonomia (heteronímia); a vida não teria sentido se não há autonomia. Mas é possível ter autonomia sendo religioso...?. A autonomia é fazer aquilo que eu quero.
2-      DE ONDE ELE VEIO?: Surge com a origem. É fruto do acaso?. Percepção da ciência hoje (explosão). Religião (a Igreja)- não sabemos como, mas foi alguém que nos criou. A teologia que se alimenta de uma fé religiosa mantém a teoria de um ser criador (origem da vida- o Deus criador- Gn. Uma tentativa de resposta). Possibilidade da evolução, mas não do evolucionismo (o ser humano não veio do macaco). CRIAÇAO DO CRIACIONISMO. (adão- barro- já foi superado). A questão da origem mexe com a raiz.
3-      PARA ONDE ELE VAI?: O ser humano se distingue dos outros seres pela capacidade de criar mundos- coisas- mas isto não prova nada- o sonhar não cria as coisas. A esta capacidade chamamos de transcendência.
4-      QUAL É O SENTIDO DA SUA VIDA?: Vale a pena a vida? Como viver? O ser humano resiste a tantas situações de conforto, pero não resiste à falta de sentido. O que estamos dispostos a fazer ante estes valores que pomos como importante.
5-      QUAIS SÃO OS VALORES QUE ESTÃO NA RAIZ?: A qualificação da vida tem a ver com os valores que nos privilegiamos, mas há que ter em conta que não todos têm a mesma relevância. A dignidade da vida está na capacidade de discernir. A escolha desses valores não se faz aleatoriamente, vai depender da escolha que nós fazemos. Valores fundantes: a vida e o amor.
6-      QUAIS SÃO OS DESAFIOS PARA UMA VIDA “MAIS DIGNA”?: Quem se propõe viver com dignidade pode viver, mas é uma tarefa árdua, porque não há uma resposta de sucesso- garantia previa de sucesso- significa que todas as ações têm uma marca disto. Por outro lado, ninguém fica indiferente ao fracasso. Saber viver com os fracassos- lidar- nós dá o rosto humano. Saber conviver com esses fracassos é humano (fazem parte da nossa caminhada). Há pedras que possibilitam- dão possibilidades para o crescimento- maturidade.
7-      INDETERMINAÇÃO DA LIBERDADE... Ser livre constitui extraordinária liberdade. A liberdade- dignidade é indicação do que o ser humano tem a capacidade de dizer não, mas também de propor outros caminhos- alternativos. Ele carrega uma auto-exigência de auto-crescimento, capacidade de construir a história. A liberdade a medida que vai mostrando essa determinação, vai carregando, vai se tornando um peso, si se optou por alguma coisa há que assumir as conseqüências- ser livre tem o seu peso. Quem escolhe, exclui. Por essa razão quem vive em situação de massa tende a delegar o poder. O ser humano precisa fazer escolhas.
8-      QUAL É A ORIGINALIDADE DO SER HUMANO DENTRO DA CRIAÇÃO: O ser humano dentro da criação foi o ser que alcançou maior nível- o ponto mais elevado- diante dos outros seres vivos. Por muito tempo nos servimos da passagem bíblica da criação- doação de Deus da natureza ao homem- para explorar a natureza (a crise ambiental e ecológica que vivemos hoje). O ser humano que faz parte da natureza. O instinto de posse; tentativa hoje de conscientização; percepção de uma visão holística- percepção das partes não do todo; recuperar a visão de que somos parte da criação.
9-      A SITUAÇÃO DO SER HUMANO DIANTE DA MORTE: As pessoas não aceitam a morte. A raiz das religiões faz sentido no intento de responder a aquilo que há depois da morte; diante da morte a pergunta seria é preciso esperar depois da morte? A questão da  morte- da limitação- nos leva a criar respostas, paraísos artificiais; a resistência à morte pode servir para demonstrar a sobre a vida- continuação da vida- não é pelo fato de eu querer morrer que cria o paraíso; não é pelo desejo que se cria o objeto.
10-  QUAL A SUA RELAÇÃO COM A SOCIEDADE? Nós somos dos poucos seres que é capaz de viver sem os outros; dependemos dos outros; o ser humano por natureza é relacional, por isso, na nossa relação não é casual que o amor e amizade sejam as formas privilegiadas da humanidade- nos tornam humanos. Por um lado, nós realizamos com os outros, porem a sociedade privilegia o individualismo. Para que o ser humano possa atingir números mais elevados de realização aparece a importância da comunidade. Quem se fecha nesses limites da individualidade não alcança a maturidade. Encontramos uma sustentação na Palavra- Evangelho; o próximo- para o cristianismo tudo gira em torno do outro.
11-  QUAL É O ESPAÇO RESERVADO À IMAGINAÇAO- ESPERANÇA? Para dominar um pouco basta com tirar o direito a imaginar- sonhar. Quando a imaginação e a esperança se atrofiam chega o desespero. A imaginação- esperança pode ser manipulada por alguém. É importante sonhar- imaginar.
12-  PORQUE O SUFRIMENTO? PORQUE O MAL? COMO FICA A IDEIA DE UM “DEUS PROVIDENTE”? É uma questão interessante no projeto de Deus. Ficamos contentes- com desejo de justiça ante os culpados, mas ficamos tristes com a morte dos inocentes, com a injustiça. Incomoda a injustiça, dali a desconfiança num Deus indiferente ante a injustiça.
I-                    O TESTEMUNHO DA ESCRITURA- A CENTRALIDADE DO SER HUMANO: Na Sagrada Escritura tem muito mais informação sobre o ser humano que sobre Deus. É testemunho Bíblico, não dogma. Todo o AT. é decisivo para a antropologia cristã. A Sagrada Escritura trata o tema do der humano. Trata-se de uma caminhada decisiva, toda ela permeada por uma caminhada, tosas essas experiências trazem sofrimento e fracasso (povo de Israel), com isso, o testemunho bíblico traz a luz experiências humanas- derrotas- lutas. A antropologia teológica se alimenta dessa experiência, do limite do ser humano; traz-nos- mostra- a experiência humana com Deus. A importância da história, olhada desde uma ótica religiosa- caminhada na história- a leitura que o povo de Israel faz da caminhada na sua história é o que nós chamamos de Revelação. A Palavra- Revelação de Deus encontra-se na História. (Gerard Bom Rart: “a Palavra se faz palavra na história humana”; o que caracteriza a história de Israel é que é vista como história da entrada de Deus). O modo Deus fala são os acontecimentos históricos- a linguagem que Deus tem é a linguagem da história humana (Revelação), a história é hermenêutica. A própria Revelação é uma interpretação da história, por isso, quem lê com a luz da fé pode-se encontrar com a surpresa da Revelação de Deus. a partir dessa perspectiva podemos descobrir que fala-se mas do ser humano- testemunho, que sobre Deus, e a razão teológica desta verdade está na pedagogia da encarnação. Deus se encarnou- Kenôses. Perfeição humana: ser fiel a aquilo que nós somos; quanto mais humano, mais divino. O esforço humano é humano. Deus na sua Revelação é a presença de um Deus gratuito (Jo. “Eu vim para que os homes tenham vida, e a tenham em abundancia...”). Ele quis ser humano para que a nossa vida seja mais. Fazemos um divorcio entre teologia e antropologia; a fidelidade: a Palavra de Deus se mede pela fidelidade; fidelidade- infidelidade, o ser humano faz parte do discurso do julgamento de Jesus. Ser fiel à Palavra, mas também ao ser humano. (Jo. “Todo o que fizeres a um destes, os mais pequeninos, o fizeres a mim”; “amem a Deus e ao próximo”). Em síntese: O ser humano excluído nesta perspectiva tem um critério muito original; o ser humano pobre, excluído, é a possibilidade de entender Deus, isto é uma antropologia teológica; não pode haver oposição entre o que se nos é Revelado na Palavra e aquilo que se nos é mostrado pela experiência humana.
                              CRISTÃO                                        HUMANO
              Não pode Haber oposição entre Teologia e Antropologia.
Nietzche: A morte de Deus- ninguém pode amar a esse Deus quando não ama a terra- a vida humana.
-Percebemos que Israel encontra Deus-Javé na sua caminhada, na história. A linguagem de Deus são os acontecimentos históricos. A Bíblia testemunha tematicamente mais os ser humano do que Deus. A fidelidade à Palavra de Deus è essencialmente fidelidade à tradição humana. O ser humano é a epifania de Deus, através do ser humano percebemos Deus, a medida de Deus é o ser humano. O ser humano é o ponto de convergência, de encontro de Deus, por isso não pode haver contradição entre a revelação- vida humana- e Deus, Revelação e as ciências. “O cristianismo- catolicismo deve- se apresentar como companheiro de viagem”.
Com Tillard de Jardam, a partir dessas compreensões é possível afirmar que o verdadeiro progresso do ser humano, é verdadeiro progresso para o Reino de Deus. Quanto mais nos humanizamos- vida mais digna- ali o Reino de Deus vai se fazer presente; o Reino de Deus está-se manifestando aqui, sem esses progressos o Reino de Deus não se faz pressente. Todo progresso humano leva a mostrar que o Reino de Deus é possível no meio de nós. Em termos conceituais o Reino de Deus e o progresso humano não “compaginam”, pois o Reino de Deus é maior. Cabe ao ser humano apaixonar-se pelo progresso da terra. Gs. 39:É certo que é-nos lembrado que de nada serve ao homem ganhar o mundo inteiro, se a si mesmo se vem a perder (22). A expectativa da nova terra não deve, porém, enfraquecer, mas antes activar a solicitude em ordem a desenvolver esta terra, onde cresce o corpo da nova família humana, que já consegue apresentar uma certa prefiguração do mundo futuro. Por conseguinte, embora o progresso terreno se deva cuidadosamente distinguir do crescimento do reino de Cristo, todavia, na medida em que pode contribuir para a melhor organização da sociedade humana, interessa muito ao reino de Deus (23).”O cristão é alguém que ama apaixonadamente a terra e vê nela o espaço essencial onde acontece a sua salvação. João Paulo II dizia: “Todos os caminhos da Igreja conduzem ao ser humano, a Igreja por tanto, seria especialista em humanidade”. Cumblim por sua vez dizia: “Todos os caminhos da teologia cristã conduzem ao ser humano”, a humanidade não é objeto qualquer, ela fica no centro da teologia; todos os objetos da teologia giram ao redor da humanidade.
-“A Bíblia é sagrada não porque veio do alto- de Deus, como antigamente se acreditava, mas sim pelo fato de ser a história da humanidade, da relação do homem com Deus, com o Divino”. 
-Ainda Cumblin disse: A contribuição especifica do cristianismo na libertação (o cristianismo de baixo, luta pela vida) o cristianismo não se trata de uma doutrina, de uma conceição da vida, mas de homens e mulheres reunidos em comunidade (testemunho silencioso da vida em comunidade); ele compreende com a presença de Cristo, comunidade de testemunho; desse modo podemos declarar que o cristianismo pode testemunhar com a vivência, “é possível viver juntos, pôr todo em comunidade”. A possibilidade de libertação poderia ser o testemunho da vida em comunidade. “O homem deve ser fiel a ele mesmo, a sua estrutura, como ser criado a imagem e semelhança de Deus- a estrutura do ser humano é o amor”; a fidelidade ao amor, à estrutura do homem me faz mais humano, (Jesus veio nos fazer compreender, tomar consciência disso, a explicitar aquilo que já está no ser humano, o desejo da paz, da justiça, do amor, mas também a capacidade de amar, de ser justos, de procurar a paz, etc.).
2- ELEMENTOS DE UMA CONCEPÇÃO BÍBLICA DO SER HUMANO:
Israel não coloca em primeiro lugar a criação, não entende Deus como criador, só entendeu assim quando viu a necessidade do Sábado como dia do descanso (lá no exílio), eles põem Deus como “Javé Salvador”, aquele que salva, não como criador.  É importante para Israel a percepção do Deus salvador. (Gen. 10- é uma narrativa sacerdotal ingênua) com essa narrativa que ser quer provar? O que se quer demonstrar é uma verdade de sentido (a diferencia de hoje que se procura demonstrar uma verdade fatual). A consciência de Israel é de um Deus que salva (eles- seus pais- viveram escravos por muito tempo) pelo tanto, o Deus é também criador, esta visão é consciência dessa outra visão-idéia do Deus salvador tida por muito tempo. (Narrativa de sentido: tem a idéia- uma idéia de fundo; presente nos primeiros 11 capítulos do gênese). “É Palavra de Deus porque a vida é testemunho, a Bíblia é uma pedagogia de sentido”. A narrativa do gênese não quer supervalorizar a sexualidade, não a vê como meio de satisfação, há um equilíbrio nos textos bíblicos, diferente é a visão agostiniana, achar que tudo é pecado o que entrou muito na moral cristã. “A sexualidade é só para a procriação”, é a visão que se teve por muito tempo.
-Elementos de uma compreensão bíblica do ser humano. Israel compreende que Deus é criador a partir de sal história. A perspectiva da Antropologia bíblica é histórica e não dogmática. Os relatos da criação são “históricos” com sentido antropológico e não factual. A palavra de Deus é muito mais uma pedagogia de sentido do que verdades codificadas. O surpreendente equilibro da sexualidade no Gênese. A realidade do pecado (decorar radicalmente da ambigüidade humana). Pecado e teologia (graça e responsabilidade). A novidade de Jesus de Nazaré. Passagem da lei para graça.
-O PECADO: O pecado deve ser colocado no contexto histórico, ele decorre da própria condição de ser humano; ambíguo e não de um fato pecaminoso. Existe o pecado simplesmente porque o ser humano existe. Na perspectiva histórica o pecado é chamado de injustiça. Na perspectiva antropológica o pecado é ruptura de relações. Na Bíblia e por tanto na teologia é pecado. O pecado decorre da ambigüidade do ser humano e por tanto se demonstra na ruptura das relações. O pecado de Adão é o inicio não porem, o motivo do pecado.
-O PECADO E A TEOLOGIA: Tematicamente o pecado é interpretado como infidelidade a Deus (falando teologicamente). O evento histórico do Êxodo é interpretado como oferta de aliança que podemos chamar de graça já que é gratuita; como conseqüência- exigência deste acontecimento surge a responsabilidade. Trata-se de algo que se realiza na história. a ação concreta do ser humano acontece na história. muitas vezes afetada pela injustiça, esta injustiça se expressa na ruptura de relações, o pecado se comete contra o homem- o ser humano que está na nossa frente, concreto, real e também contra um terceiro que não está, a questão do pecado deve ser considerada nestas dimensões.
-PERDÃO: É recreação da vida, mas quem pode recriar isto? Rigorosamente falando é Deus, o perdão pertence ao ato criativo de Deus, nesta perspectiva se ressalta a justificativa dos judeus ante as ações de Jesus. Ante o perdão vem primeiro a graça (de Deus) e depois a responsabilidade. Para a visão Judéia ante o perdão vem primeiro a responsabilidade das ações e depois vem a graça. A reparação da injustiça é entendida como pagamento. O perdão gratuito é entendido como conversão não ao contrario, converter-se para receber o perdão gratuito. Pretender uma reconciliação para a injustiça é também algo errado, pois faz parte do perdão a reposição- reconciliação- reconstrução, do contrario não passamos da visão farisaica. Paulo depois da conversão é diferente, tudo o que a ele acontece é graça de Deus. Em que consiste a contribuição do cristianismo para a sociedade? Ele deu o rosto a nossa cultura ocidental, é impossível negar a influência que ele teve. O cristianismo se fundamenta na graça/caridade, e não na lei como o judaísmo. Testemunho de comunidade/unidade.
EVANGELIZAÇÃO E ANTROPOLÓGIA: O cristianismo no mundo é a parte de libertação no mundo (Comblin) por isso evangelização tem que ser libertação, testemunho de libertação da humanidade, tem que levar verdade sobre si próprios (não é a velha idéia de levar alguma coisa), mas testemunhar algo novo, não é mais semear sementes, doutrinas mas despertar nas pessoas projetos comuns de vida. Ajudar às pessoas a perceber a unidade de sentido. A proposta de Comblin está muito de acordo com a proposta de Jesus no seu tempo. O cristianismo deveria se a proposta do homem novo, é a renovação da convivência, das relações, nesse sentido a escolha dos últimos como encorajados de tal libertação não deixa de ser gradual, inquietante, porque Deus revelou-se aos pobres/antropologia humilhada, não gloriosa (Shows, espetáculos,luzes). No coração do homem existe o novo, mas também o velho. Precisa de uma reviravolta para falar de humanidade, conhecimento do ser humano, superar o nosso dualismo. (Comblin 82- reduzir os índios a servos, por meio da teologia justificada. Livro antropologia cristã de Garcia Rubio- justificamos formas de escravidão). Por isso Comblin conclui, para os pobres corpos sofridos, esmagados, humilhados têm que se falar com uma teologia humilhada, mudar ao homem novo, deixar a dualidade. São Paulo anuncia o homem novo, o aparecimento deste novo acontecerá na plenitude dos tempos, o novo céu e a nova terra devem começar aqui. A atitude correta do cristão no mundo hoje deveria ser de esperança, pois nós acreditamos como verdade que um dia vai acontece, mas começa aqui. O conceito de nova humanidade passa por homem/mulher- novos; homem/mulher- velhos. A ambigüidade, no coração do homem existe o novo, mas também o velho, o cristianismo é uma tentativa de tentar que o velho não vença o novo, isto em conceito é não existência dos santos, dos perfeitos, o ser humano falha, é um pecador (em termo teológico), quer fazer o bem, mas não consegue, deseja fazer o bem, mas termina fazendo o mal como disse Paulo.  O cristianismo é comunitário, não é uma filosofia individual, não desprezando a realidade individual, da pessoa/ pessoal. Se for verdade isto devemos retornar para as comunidades primitivas e olhar como testemunhar isso.
-A NOVA HUMANIDADE: Será que ainda estamos convencidos de que o cristianismo é proposta de nova humanidade? A opção pelos pobres está sendo esquecida hoje. Há uma preocupação pelo retorno da liturgia, das espiritualidades antigas. Falar destes temas incomoda, mas faz voltar ao sentido primordial da vida em comunidade. A necessidade por tanto de que os membros da comunidade se revistam do homem novo, adotar o modo de viver dos primeiros cristãos, superando todo individualismo e todo coletivismo (ficar todos iguais). A liberdade sem serviço leva ao individualismo, e o serviço sem liberdade leva ao autoritarismo- totalitarismo. Cumblin propõe o Ágape- relacionamento de compromisso mutuo entre as pessoas, os membros contraem relações bem e obrigações, entre eles criou-se o bem comum, a solidariedade aparece nesse contexto. Dali também nasce a koinonia, uma vida comum de participação nos mesmos bens. Ágape é o bem maior que pode atingir todo ser humano. “As pessoas devem suportar a comunidade”. Não pode haver despersonalização na comunidade, a importância da não solidão, a igualdade, o mesmo padrão para todos despersonaliza, priva as pessoas de serem elas mesmas. Não faz no estilo/espírito de Jesus separar bons- maus. Jesus ano faz distinção nenhuma, ele privilegia em grupo de pessoas que nada tem. Jesus sabe muito bem, ele conhece muito bem a dualidade humana. Jesus escolhe o pobre porque ele contradiz (não é natural aceitar o pobre, temos preconceitos ante esta condição), contradiz a pessoalidade dominante; assumir a forma de vida do pobre em todos os momentos nos faz revolucionar-nos, não deixa de ser sente sentido, a teologia da libertação, uma revolução. A Igreja faz opção pelos pobres porque neles está a libertação. Pobres: são aqueles que o documento de Puebla enumera; pobreza entendida no sentido concreto e material, não se trata de considerações/ disposições psicológicas puramente internas. “Em cada hebreu que saia do Egito, pode haver um grande faraó”. “O pobre não é uma idéia doce, é altamente provocador, é ainda uma mina onde podemos encontrar luzes para o sentido da vida em comunidade, religiosa, cristã”.
QUEM SOMOS- DE ONDE VIEMOS- PARA ONDE VAMOS- ENIGAM E AMBIGÜIDADE DO SER HUMANO:
Habitamos apenas um terço do nosso planeta. Acredita-se que nos oceanos vivem mais o menos um 50% dos seres vivos. Vivemos espalhados pelo mundo inteiro, mais o menos 7 bilhões de seres humanos.
1-      A CONQUISTA HUMANA ATÉ AGORA: Grandes cidades (mudança do campo para a cidade- fenômeno mundial). A cidade mais antiga seria Jericó com 10.000 anos. A aventura humana teria começado na áfrica há mais o menos 100.000 anos atrás. A importância da língua, a comunicação. Hoje há 10001 formas de comunicação, antigamente se falavam milhões de línguas. O mar: grande desconhecido foi “dominado” há apenas 500 anos, hoje o mundo ficou pequeno de mais. Paradoxalmente porém, existe no mundo quem não sabe escrever, se comunicar, nem a escrita e nem a leitura ainda são bens universais. A nossa democracia é jovem de mais. Muitos ainda não conseguiram se emancipar (mulheres, índios, negros, migrantes). A conquista da lua, a chegada das maquinas até marte (conquistas da criatividade humana). Todos esses progressos tecnológicos, tudo isso é uma conquista para benefícios humanos?
2-      O DEVER DE CONTINUAR PROGREDINDO: Teremos chegado aos limites das possibilidades dos progressos tecnológicos? Mas seria bom que a ciência perderam um pouco o dogmatismo, ela põe-se como outra religiao por acima das religiões. O dogmatismo é meramente dês-humanizante. Há progresso econômico, saúde, alimentação, o paradoxo é que só alguns têm, não é algo comum. O mundo também compreendido como uma aldeia desde que foram os nômades até os problemas complexos das bolsas de valores. O desenvolvimento da agricultura.
3-      UM RETOCESSO?: Nem tudo progresso humano é motivo para festa, mas também a própria humanidade e criadora de fenômenos humilhantes (fome, desemprego, discriminação humana, a perversidade do sistema econômico). O instinto da guerra é uma particularidade humana. O triste papel das religiões nas guerras. A manutenção bélica, se gasta milhões para a guerra; a sexualidade, atos ambíguos e dês-humanização; a homo-sexualidade.
4-      MUDANÇAS DE VALORES: Os valores sofrem grandes mudanças, desaparecem e surgem outros. Um dado importante é a hegemonia do cristianismo; massificações e empobrecimento cultural; o ecossistema é limitado, só é renovável muito lentamente.
5-      O SER HUMANO COMO UM EU: Entre os extremos a humanidade caminha, mas caminha para onde? Haverá um norte para a humanidade? A questão que surge agora é sobre a própria humanidade. O homem dentro do sistema de vida não pode negar a sua realidade animal- mamífero. (Bulman: homens são todos os que têm rosto humano, cada ser humano é um processo aberto, sua história é inconclusa, cheia de trabalho). A condição humana é algo misterioso.

-A CRIAÇÃO- COMO PODEMOS CONTAR ESSA HISTÓRIA?:
-RELIGIÃO: Enquanto linguagem é construção humana. Linguagem sobre a relação do ser humano com Deus; a religião como criação humana (linguagem, experiência), é diferente da religião Revelada, aquela que acontece inesperadamente.
-MITO: É uma tentativa de explicação cultural, não tem haver com a religião. É a tentativa de explicar um fato não racional, nem cientificamente. É uma coisa cultural e não necessariamente religiosa.
-CIÊNCIA: É um estudo; Está cheia de acertos e de erros; exige provas.
-TEOLOGIA: A fé que procura entender-se melhor, é ciência porque tem um método próprio.
-CRIACIONISMO: Gn 1.
-EVOLUCIONISMO: Visão caricatural da compreensão da evolução.
-TEORIA DA EVOLUÇÃO: Crença de que está tudo em evolução, expansão; diferente ao evolucionismo.
-TEORIA DA CRIAÇÃO: Tentativa de reflexão do conceito de criacionismo.
-REVELAÇÃO: A manifestação de Deus aos homens na história.
-SAGRADA ESCRITURA: Livros sagrados.
A Igreja aceita a plausibilidade da “teoria da evolução”, porque ainda tenha surgido o mundo de uma explosão (big-bang), Deus é o autor de Tudo.

A CRIAÇÃO IMPERFEITA: COSMOS, VIDA E O CÓDIGO OCULTO DA NATUREZA (Marcelo Gleiser)
O universo está em expansão, via chegar um dia em que tudo vai voltar a sua origem, este origem é um pontinho, quase como a cabeça de um alfinete (big-bang). A beleza é apresentada como algo para contemplar, mas não para provar a criação. A vida nasce do desequilíbrio, da assimetria, (o rosto é bonito quanto tem simetria, mas em Maryle Monroe a pinta no rosto a faz bonita) ali o assimétrico é bonito-belo. Apresenta-se a vida como fruto de uma imperfeição, fruto do acaso. É muito significativo fazer esta afirmação, e muito mais a afirmação que é fruto da criação de Deus.

AUTONOMIA E HETERÔNOMIA NA DINÂMICA DO SER HUMANO:
A humilhação do ser humano, segundo os estudiosos- cientistas (Marx, Freud, Nietzsche) dizem que a religião leva à humilhação, ela leva à heterônoma do que à autonomia (há desconfiança da religião, daí que asseguram que Deus deve morrer). Daí que religião e depressão caminham muito juntas. Ninguém tem o direito de impor formas humilhantes de vida. Há um dever que deve ser observado rigorosamente, buscar sempre formas de vida mais elevadas. Cada se humano, cada pessoa busca ser mais. Não é permitido nesse sentido de ser condescendente, ceder, quando está em jogo algo essencial, mas de onde vem essa necessidade de procurar uma vida mais digna? Só há uma resposta aceitável, ela tem que vir da mesma estrutura do ser humano, porque do contrario o ser humano viveria uma forma heterônoma (ninguém quer ser escravo de ninguém), cada ser humano procura uma coisa que lhe dignifique. Isto deve partir do autoconhecimento, aquilo que nos torna mais humanos é aquilo que exige; a fidelidade é também importante, esta se refere ao reconhecimento e aceitação daquilo que está na consciência. Um exemplo da heterônomia, uma pessoa quando nasce já tem uns valores, valores adquiridos pela sociedade, pela tradição, a pergunta seria é possível viver numa sociedade onde eu possa participar da criação dos valores? De acordo com o autor do livro “o mundo das moscas”, onde questiona o mal no mundo e a possibilidade de criar uma sociedade nova onde não exista o mal, tudo isto se seguir a tradição, sem aceitar os valores que vem da tradição; hoje em dia os adolescentes têm vergonha dos pais, de apresentar os pais diante os colegas; na re-elaboração dos valores há um impasse, pensar que as determinações éticas vêm de fora, “eu não estive presente quando organizaram essa lei”, a lei vem do alto, de fora, isso é o que se chama de heterônomia, a sua origem a podemos encontrar na sociedade, na opinião publica, no censo comum, na instituição religiosa; quanto mais misteriosa for  a sustentação de uma norma ética mais poderosa é, quanto mais misteriosa for a sustentação é melhor (os votos de pobreza, castidade e obediência por exemplo), e a razão é que podemos dominar as coisas quando se conhecem, neste campo é que a religião ganha poder, pois ela tenta domesticar, daí a duvida da autenticidade dessa religiao, só que na pratica algumas pessoas por interesse se deixam domesticar, isto não é humano, toda religiao que não é caminho de liberdade. Não esqueçamos que o ser humano carrega em si uma exigência de autonomia, assim também não há dignidade sem que o ser humano seja autônomo, não pode haver dignidade na escravidão, a ditadura nesse sentido é a coisa mais aberrante, mas isso não quer dizer que sempre lhe cabe à pessoa determinar o que é mais ou menos ético, é fundamental não confundir autonomia com arbítrio (fazer o que quer), não confundir autonomia com libertinagem, o individuo sempre deve poder dizer não para poder buscar a sua determinação ética (quando há coisas que ferem a dignidade), não haveria perspectiva de dignidade humana se a situação heterônoma fora superável. A heteronomia é a expressão mais comum na história humana, e as religiões estão na raiz das situações da heteronomia (reis, imperadores, papas) que recorrem ao poder divino para dominar (vicário de Cristo na terra), mas temos claro que não é da essência da religiao levar a situação da heteronomia. A atitude de Jesus frente ao Cesar, por exemplo, para Jesus o Cesar é um homem, ofereça para ele aquilo o que é próprio dele, as moedas, ele merece o que dele é. Os valores fundantes não passam pelo crivo da racionalidade, os valores são sempre ato de fé.

EXPOSIÇÃO: “DEUS CRIADOR”:
-FÉ DE ISRAEL: Encontro com o Deus salvador. O Êxodo, onde Deus intervêm na história para salvar o mundo.
O autor analisa os diferentes tipos de narração: Javista, Eloista, Sacerdotal.
-O DEUS CRIADOR: A fé de Israel, o encontro com o Deus criador. (Gn 2,4b-25; Gn 1,1-2,4a). A fé embrionária em Deus criador. Há dois relatos bíblicos da criação do mundo, o primeiro Gn 2,4b-25 escrito pela monarquia, provavelmente no a no 1030; o segundo relato Gn 1, 26-ss escrito no Exílio provavelmente no ano 586. Nestes relatos, a cultura judaica tenta dar a resposta da criação, assim quando eles estão em crise, numa experiência de bacio, de angustia, eles não culpam Deus da situação, mas procuram no interior do mesmo homem, tentando dar resposta por meio das narrativas da criação.

Partimos de um consenso, cada um de nós tem o dever de buscar uma vida mais digna, mas onde se fundamenta este dever? Fundamenta-se na autonomia baseada no autoconhecimento e na fidelidade à dignidade humana. (em Israel apresenta-se uma opção de heteronomia, o que importa é o cumprimento da lei; em Jesus apresenta-se uma proposta autônoma, ele vai encontra dos fariseus, do cumprimento e o rigorismo da lei, pelo tanto o Cristianismo na sua origem é uma proposta autônoma, mas na prática converte-se numa proposta heterônoma). “Ser cristão e ser humano não pode ser duas coisas diferentes”- Chardam. Os valores que apresenta Jesus não são trazidos do céu, são valores que se encontram na essência humana, mas Jesus resgata a sua essência, devolve a dignidade humana. É possível ser autônomo numa comunidade religiosa, numa Igreja? É possível na medida em que ela não fere a essência do ser humano.
Que significa opressão-libertação a partir de uma visão de um Deus criador. Ser humano livre, situado num mundo de heteronomia, mas que sé encontra autonomia na medida em que é livre?

-A REALIDADE DO MAL, O PECADO ORIGINAL, CULPA E PERDÃO:
-TEODICEIA: Tentativa racional de defender Deus diante do mal. Segundo Agostinho: o mal é um castigo; para Leibniz: disse “vivemos no melhor dos mundos possíveis”. Sendo o mundo finito podemos perceber o mal.
-O conceito de mal: Não é unívoco, possui varias nuances. Mal moral, físico, psicológico, estão são apenas características. O que deve preocupara à teologia propriamente é a questão sobre a possibilidade de acreditar desde a experiência moral.
-O mal anti-teodiceia: o que o mal cria no mundo como reação. Dostoweiski: existem dores sem que exista culpados. Camus: rejeita até a morte. Sábato: Deus não existe. Manuel Alcântara: “não digo sim, nem não, mas, se Deus existe, me deve uma explicação”. Epicuro (321-270 a.C.).
Como acreditar num Deus diante esta realidade do mal. O mal gera em primeiro lugar o ateísmo (exemplo: o terremoto de Lisboa 1755, awitzch). O mal pro- teodiceia: existe o mal, logo Deus não existe, por tanto não existe o sentido. Existe o mal, ninguém pode negar esta realidade, mas por isso mesmo deveria existir Deus. O mal pode funcionar como anti- teodiceia, mas também como pro-teodiceia; “o pensamento que não perde a cabeça, desemboca na transcendência”.
-Adão e Eva: uma releitura do pecado original e da queda. Leitura tradicional da Igreja Católica. (livro saudades ou esperança?- Carlos Mesters). Diante de Adão e Eva a Bíblia não descarrega o problema no outro, mas é convite a que cada um aceite- assuma a parte do mal que há no mundo, isto é fazer consciência.

A TRANSGRESSÃO EM FAVOR DA DIGNIDADE HUMANA (LUIZ CARALOS SUSIN): Adão e Eva são mitos que nos ajudam a pensar. O homem tem que sair de casa para refletir, para se dar conta (filho pródigo, por exemplo). O homem depende da mulher. Adão e Eva fazem um gesto audacioso, o ser humano torno-se um de nós (com o ato da transgressão o homem começou a viver a vida e não ficou no paraíso). É um convite para a própria superação. A releitura da serpente é a outra face do próprio Deus, é a divindade que convida, excita a superar limites e a assumir a aventura da divindade que significa ser homem a traves da liberdade, a ser humano, se tornar imagem de Deus, assumir com liberdade sua condição humana. 
Rm 5,12-21 -A LIBERTAÇAO DO PECADO, DA MORTE E DA LEI: Parece que São Paulo está mais interessado na graça do que na questão do pecado.
-O pecado original no centro de uma cultura: conceições do pecado ao longo da história. Lutero culpa a razão, ela é uma puta, pois foi viciada pelo pecado de Adão. Licostene ressalta que o primeiro acontecimento monstruoso que seduziu a serpente pelo contato com Eva. Simon Vigor (pregador do Séc. XVI), acusava Adão de heresia. Santa Hildegar, fala do nascimento da melancolia. Quando Adão desobedeceu à ordem divina, nesse mesmo instante a melancolia aguardou-lhe. A civilização cristã colocou  a queda original no centro de suas preocupações como uma catástrofe que marcou o inicio da sua história. Provável criador desse termo de “pecado original” foi Santo Agostinho. Com o pecado original aparece a ignorância e a concupiscência, nós somos herdeiros e até hoje somos culpados por isso. O Concílio de Cartago (418) também fala e condena os que pensam que no céu há dualidades, sobretudo com a existência de crianças.
-Adão e Eva como releitura do pecado original e da queda.
-Há uma realidade em cada ser humano que a Igreja, usando os meios que tinham, chamaram de pecado, uma força que há em cada pessoa para o menor esforço. Todos nós carregamos uma ambigüidade, tendência, mediocridade, inclinação para o mal.
Luiz Carlos Susin diz que o único culpado nessa realidade é o homem.

-O MAL NO HORIZONTE DE JESUS: A resposta ante o mal é uma pessoa e não um discurso. É enigmático que Jesus tenha começado a sua vida publica enfrentando o mal, o demônio no deserto. A experiência do mal não foi a sua única experiência, Jesus faz a experiência do mal, mas não só esta experiência, também os momentos de alegria. Jesus conheceu bem a dor e o sofrimento, a historia da paixão, por exemplo. A resposta em poucas palavras é o amor. Amor que leva ao ser humano e à realidade que o leva a aceitá-los tais como são. Jesus acreditou e aceitou Deus desde a experiência do mal (não apesar do mal). Acreditou nesse Deus que apesar do mal é Abba. O filho do homem é a cabeça que enfrenta o mal, e o derrota. Jesus se posiciona diante do mal como um místico e não como asceta (que pretende domesticar o mal, convencido de que não pode ser vencido). O místico, por sua vez, acredita na vitoria, pois tem fé num Deus que merece esse crédito.
-ANTROPOLOGIA TEOLOGICA DA MORTE: O ponto de partida é a vida. Nesta experiência da vida a fé pode ser uma resposta. A fé nos fala da vida como principio transbordante que fundamenta tudo o que o ser humano faz e é, e que o ser humano faz da vida como um dom. A atividade produtiva por outro lado é sempre posterior, vem depois como decorrência deste principio. Existem situações onde experimentamos a morte.
1- O Bloqueio das relações: experiências mal sucedidas, alianças que se rompem, projetos não concluídos, estes ferem profundamente a vida e fazem pensar que a vida é transbordante. O pecado quebra relações. Nesse sentido o bloqueio das relações é a limitação.
2- A força do mal: a nossa história humana é uma história de guerra do que de amor.

-EXPOSIÇÃO: “MORTE E DOR ELEMENTOS DA CULTURA MODERNA”: A morte no mundo contemporâneo, a repulsa da morte em todos os tempos, o individualismo causador d medo da morte no mundo contemporâneo.
-O ontem da morte, a convivência familiar: durante muito tempo, as pessoas não morriam si ter tido tempo de saber como iriam morrer. 1- lamento da vida; 2- o perdão dos companheiros; 3- uma prece; 4- absolvição sacramental; estes são elementos fundamentais no processo litúrgico ante a morte.
-A familiaridade com a morte e os temores dos mortos: Igreja e cemitério na antiguidade eram sinônimos. A partir do século XVIII o homem tentou dar novo sentido para a morte. Desejava-se a morte do outro e esqueceu-se a morte própria.
-A morte natural: é entendida a morte não como uma intervenção divina, e há um processo de biologização, onde a biologia e posta ao serviço do homem, mas muitos se aproveitaram disso, pois estava no meio o dinheiro.
-A medicalização da morte: Ante a morte há solução é a medicina baseada na teologia, onde se aproveita a tecnologia para prolongar a vida.
-O silêncio da morte: A morte passou de ser um show, com choro, gritos, tristeza ao publico, para um ato de solidão, agora se vive a morte no individual, pois o que antes era considerado como natural agora da vergonha.
-Hoje em dia é proibido ser triste, a sociedade exige a felicidade, onde o credo deve ser “ser feliz”, e os medicamentos se convertem em uma ferramenta para aliviar a dor e chegar à felicidade.
-“Deus sofre com a gente”- até Jesus na cruz falou ao pai para apartar o cálice da dor; mas, como entender Deus, Pai e criador, diante um Deus que sabe o que é a dor, diante ao sofrimento?
-Deus é amor: O sofrimento de Deus é ativo. O amor aproxima-se da dor. Ao se falar de ressurreição tem que se falar a partir da vida terrena.
-Hoje a morte perde sua importância. Nos antepassados revelavam essa sacralidade pela morte, é ali onde se revela esse sentido de humanidade diante da morte. A compreensão de ser feliz hoje é uma luta contra a própria morte, o desejo de querer ignorar a própria morte. Mas diante da morte surte o tema da ressurreição, a morte não é que automaticamente nos leva à ressurreição, mas é preciso não esquecer esses dos fluentes onde nos alimentarmos, a visão grega que entende que o ser humano é uma dualidade- espírito e corpo- alma e corpo- alma imortal e corpo mortal. Mas se a alma ao se separar do corpo, para que falar de salvação?

-EXPOSIÇÃO- A TEOLOGIA DA CRIAÇÃO: A criação como: dom, ele é revelada como um dom criador, mistério, kénosis, ação de graças, sacralidade do corpo e da matéria.
-MISTÉRIO: ante o mistério da criação o autor nos convida a olhar a crise ecológica, para a qual temos que criar uma teologia que nos ajude a olhar e dar respostas as crises que nos circundam. A proposta principal é fazer uma releitura da criação, mas em uma perspectiva cristã, uma releitura que passa pelo dialogo entre criatura e criador. Uma criação que passa pelo conceito trinitário. Antes da criação, nós fomos desejados por alguém, pelo criador. A encarnação como horizonte de sentido, em Cristo tudo encontra sentido. A criação como morada do Espírito Santo.
-A modernidade terminou limitando até o próprio Deus, agora ele é considerado como uma ex-maquina. Deus torna-se desnecessário, onde o centro de tudo é o homem, Deus já não faz parte dos nossos projetos. Fil 1,1-11: Expressão da solidariedade de Deus.
-DOM DE DEUS: Deus que cria do nada. Esta é fruto do amor ágape, feito com gratuidade, sem esperar nada em troco. Apresenta a Cristo como o centro de nossa salvação.
-AÇÃO DE GRAÇAS: A função e a percepção do corpo. Na modernidade o corpo é visto como uma coisa separada, matéria e alma, “Cogito ergo sum- penso, logo existo”, mostra a separação. Jesus Cristo bem a redimensionar tudo o que é corpo e bem a dar sentido.
-Preocupação com o tema da crise ecológica, tema da campanha da fraternidade deste ano (2011).

IMORTALIDADE DA ALMA E RESSUREIÇÃO DOS MORTOS:
1-Uma verdade de fé- associada a duas concepções antropológicas: Grega: duas realidades, uma realidade platônica, alma e corpo; é como que a junção, onde a alma é imortal e o corpo é algo que vai passar; A cultura Semita: apresenta a unidade. Que na pratica do Cristianismo está junção foi terrível, pois se desvalorizou o corpo, tudo é pecado, mas também pela desvalorização da própria história, e sobre tudo do ambiente da ressurreição. A verdade de fé é a crença de que Jesus está vivo, mas sem ele morreu aconteceu alguma coisa.

2-O cristianismo- o ser humano é unidade fundamental (ele é mortal na sua totalidade). Como solucionar o problema da dualidade ao qual temos chegado os cristãos? Ao rezar pela alma de uma pessoa não é errado sem estendemos alam como a totalidade da pessoa, caso contrario, sem estendemos alma como uma parte estamos ficado com esta dualidade da concepção grega. o cristianismo por mais que tenha usado a linguagem platônica vai dizer que o ser humano é uma totalidade e a sua vida chega até a morte, depois dali acabou, a morte é o fim de tudo, chega-se ao precipício. Quem pode restituir, restaurar as coisas é Deus.

3-Ressurreição: é uma recriação da vida (é um ato criador). Ao falar de ressurreição, falamos de ressurreição da pessoa não de corpo, mas de sua compreensão na totalidade. Nessa perspectiva que significa a condenação? A condenação é entendida como opção pela morte.

4-Em nome da missão a Igreja associou essas duas concepções. Na história, de acordo à época e o tempo ela usou essa metodologia grega para dar explicação às compreensões cristãs.

5-O que significaria o reencontro da alma com o corpo ressuscitado. Nessa perspectiva se fala de encontro da pessoa como totalidade não como algo material diferente ao espiritual.

6-Ressurreição de Cristo enquanto pessoa e não corpo. A nossa verdade de fé é: O Senhor está vivo! A mostra do tumulo vazio é uma compreensão teológica tardia.

7-Distinção entre Ressurreição e Ressuscitação. A verdade de fé- O Senhor está vivo! Entendeu-se como ressurreição, isto é como recriação da vida, e o único que pode recriar a vida é Deus. A recriação da vida não se refere a méritos, mas a graça. Diante da graça a gente só pode aguardar e ter um espírito aberto para acolher. O Cristianismo deveria ser o testemunho deste Deus que é gratuito, mas no caso contrario se faz um estrago muito grande. A Ressurreição pertence à graça; enquanto a ressuscitação refere-se a devolver a vida (os médicos procuram devolver a vida); Lazaro e a filha da viúva, eles volveram a viver, mas chegará o momento que vão morrer.

            8-Perspectiva Paulina 1 Cor. 15. “Seria vã a nossa fé se não acreditamos na ressurreição”.

-O SER HUMANO VISTO DESDE A PERSPECTIVA CRISTÃ: Diante ao ser humano acontece uma relação de mistério porque não compreendemos o que ele faz, o mesmo que acontece ante o fato da ressurreição de Jesus, a qual é um mistério para nós. Mas do que conclusões continuam as questões que deverão ser aprofundadas. Esse perguntar é um ato de inteligência que faz à racionalidade. Afirmamos que o nosso interesse pelo ser humano é motivo pelas contradições e perplexidades porque ele não é, por inteiro, parte de seu ambiente (saber as contradições não nós livra da ambigüidade, mas sim nos ajuda a ser melhores cada dia). A teologia neste sentido não deve ser dogmática pois se quiser ser significativa para o ser humano deverá revelar potencialidades e possibilidades porque no ser humano há um significado que vai além do simples existir. É a dimensão de transcendência sem a qual ele jamais poderia atingir níveis superiores aqueles que lhe são garantidos pela natureza desde seu nascimento.  Quem é o ser humano? É um mistério, que não deve, que não pode ser entendido como objeto. Mas isto não impede às diversas ciências de apontarem caminhos que procurem maior dignidade. A antropologia teológica também tem a sua importante contribuição. Por exemplo, ela nos lembra que as razoes de convivência não podem interferir em seu comportamento moral. Só é eticamente correto aquilo que corresponde à estrutura mais profunda do ser. (corre o risco de trair a se mesmo). Qual é o sentido da vida? É uma questão que ficou flutuando sempre diante dos temas como a liberdade, autonomia, heteronomia, a morte, etc. Dizia Albert Camus que a questão do sentido é a mais fundamental do ser humano. Quais os valores que sustentam o nosso projeto de vida? A qualidade da vida humana mantém estreita ligação com os valores que privilegiamos, ainda estes mudem no decorrer do tempo, há valores fundamentais como a vida e não perdem o sentido no tempo. Quais os desafios para viver com dignidade? Onde se fundamenta a indeterminação da liberdade? Sabemos que ser livres significa dignidade. A liberdade é indicação de que o ser humano detém a capacidade de dizer não à ordem constituída e de propor alternativas tentando ser fiel à estrutura mais profunda de seu ser. Em que consiste a originalidade humana na criação? O ser humano por atingir um nível elevado de consciência, constitui o ponto mais alto no universo criado. Porque a vida pode situar-se no horizonte da morte? Qual é o espaço reservado à imaginação e à esperança? Quando a imaginação e a esperança vão juntas pode-se sair adiante, mesmo na escuridão (o homem na cadeia, onde tudo está fechado, ao conservar a esperança não vira louco). Porque o mal e o sofrimento?


-QUESTÕES PARA O DIÁLOGO FINAL:
- A antropologia teológica é compreendida como um “mergulho”. Na condição humana a partir do olhar da fé cristã. Quais são as questões fundamentais da disciplina da Antropologia Teológica.
-O tema do “dialogo” entre ciência e religião sobre a “nossa origem”. Perceber os argumentos da religiao e os argumentos das ciências. Como está o dialogo hoje.
-Os temas de Autonomia e heteronomia.
-Em que sentido o Testemunho Bíblico é um referencial decisivo para a Antropologia cristã.
-Ver a importância (ou até mesmo a superação) da compreensão de Javé como Deus salvador.
-Como entender a providencia de Deus e o acaso? Ver Dei Filius Cap I...
-Como entender Jesus cristo Salvador e criador? Gd S. 22
-A importância da comunidade como lugar privilegiado de testemunho de fé cristã.
-Que podemos dizer como relação à antropologia teológica da morte?
-Como reler o tema de Adão e Eva nos nossos dias? Pecado original, culpa?
-Porque é importante pensar sobre a questão do mal?
-Alguns elementos para refletir a questão da ecologia nos dias de hoje.

Tarefa: escrever numa folha a partir da pastoral, a história do bem.

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